Corpo que não era meu
Era seu...
Sentimentos, desejos, tremores.
Esse corpo tinha as linhas de Picasso
O colorido enlouquecedor de Van Gogh
O surrealismo pleno de Miró
Sensualidade embevecida de Dali.
Significa ter me deparado com o belo
A arte estampada em uma tela
As sensações dos aromas da primavera
E o encantamento prazeroso da polinização.
Toquei, afaguei, imaginei
Momentos que um dia virão
Estarão ao dispor do bom gosto
Gosto por tudo que se diferencia.
O tempo passou a ser fração
Minúscula de uma vida maiúscula
Onde o corpo expandiu-se
Em cada toque sentido.
Esse corpo desprendeu seus fluídos
Umidades de uma loucura
Jamais vivida pela solidão
Surgem juras e paixão.
Corpos na horizontal
Carnes, mordidas, delírios
Que explodem em um céu
Tomado pela beleza do luar.
Suores, aromas, satisfação
A mão que toca a mão
Quadris deliciosamente encaixados
Coxas entrelaçadas que pulsam.
Um corpo, um beijo, um suspiro
Tudo é vitrine única
Para um sentimento
Que não se pode comprar ou vender.
Ele é simplesmente
Adquirido, tomado
Por seres dotados do direito
Da conquista... É paixão!
EuSó
08/01/09
21h18
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